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Os religiosos idosos e a vida fraterna em comunidade

Os religiosos idosos (Nº 68 do documento ?A vida fraterna em comunidade?)

Uma das situações nas quais a vida comunitária se encontra hoje mais vezes é o progressivo aumento da idade de seus membros. O envelhecimento adquiriu uma particular importância, seja pela diminuição de novas vocações, seja pelos progressos da medicina.

Para a comunidade esse fato comporta, de uma parte, a preocupação de acolher e valorizar em seu seio a presença e os serviços que os irmãos e ás irmãs de idade podem oferecer; de outra parte, comporta a atenção de proporcionar, fraternalmente e de acordo com o estilo da vida consagrada, os meios de assistência espiritual e material de que os idosos necessitam.

A presença de pessoas idosas na comunidade pode ser muito positiva. Um religioso idoso, que não se deixa vencer pêlos achaques e pêlos limites da própria velhice, mas mantém viva a alegria, o amor e a esperança, é um apoio de incalculável valor para os jovens. Seu testemunho, sua sabedoria e sua oração constituem um encorajamento permanente em seu caminho espiritual e apostólico. Por outro lado, um religioso que se preocupa com os próprios irmãos idosos confere credibilidade evangélica a seu instituto como « verdadeira família convocada no nome do Senhor ».

É oportuno que também as pessoas consagradas se preparem, desde longe, para envelhecer e para prolongar o tempo « ativo ». Aprendam a descobrir sua nova forma de construir comunidade e de colaborar com a missão comum, por meio da capacidade de responder positivamente aos desafios próprios da idade. Fá-lo-ão com a vivacidade espiritual e cultural, com a oração e com a permanência no setor de trabalho enquanto for possível prestar seu serviço, mesmo que limitado. Os superiores providenciem cursos e encontros com a finalidade de proporcionar uma preparação pessoal e uma valorização, a mais prolongada possível, nos ambientes normais de trabalho.

Quando, depois, eles já não se bastassem a si mesmos ou tivessem necessidade de cuidados especializados, mesmo quando o tratamento de saúde é confiado a leigos, o instituto deverá providenciar com grande atenção a animação, para que as pessoas se sintam inseridas na vida do instituto, participantes de sua missão, envolvidas em seu dinamismo apostólico, aliviadas na solidão, encorajadas no sofrimento. Elas, de fato, não só não saem da missão, mas são colocados no coração mesmo da missão e dela participam de forma nova e mais eficaz.

Sua fecundidade, embora invisível, não é inferior à das comunidades mais ativas. Antes, estas ganham força e fecundidade da oração, do sofrimento e da aparente inutilidade dessas pessoas. A missão tem necessidade de ambas: os frutos serão manifestados quando vier o Senhor na glória com seus anjos.