Missionários
Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Padre Eusébio Lecue Olivares

20/08/1985 (62 anos)

Pouso Alegre - MG, Brasil

Pouso Alegre - MG, Brasil

Pe. EUSÉBIO LECUE OLIVARES (1985)                         

                              

Nascimento: 12 de agosto de 1923

Localidade: Ceanuri (Vizcaya), Diocese de Victória

Pais: Sr. Marcos e Sra. Tomasa

Profissão Religiosa: 16 de julho de 1943

Ordenação: 18 de setembro de 1948

Enviado: 43ª Expedição, em 1948

Falecimento: 20 de agosto de 1985, Pouso Alegre-MG, 62 anos

 

Ceanuri, cidade importante da Província de Vizcaya, Diocese de Victória, Espanha, que já deu diversas vocações para a Congregação, foi o lugar do nascimento do menino Eusébio, que veio a este mundo, no dia 12 de agosto de 1923. Seus pais, Sr. Marcos e Sra. Tomasa, eram católicos praticantes e souberam infundir no filho um caráter firme e constante, quanto à formação da pessoa e quanto à alma; deram-lhe educação religiosa e transmitiram-lhe inclinação à piedade e à vida religiosa e sacerdotal.

Entrou para a Congregação para se tornar um verdadeiro filho do Imaculado Coração de Maria. Depois de superados os estudos de latinidade, passou a cursar os graus de Filosofia e Teologia nos Colégios-Seminários da Província Claretiana de Castela, depois de ter sido aprovado para o Noviciado e também após ter emitido os votos temporais pela Profissão Religiosa.

Durante a carreira eclesiástica, nos tempos litúrgicos, foi recebendo às datas aprazadas, a Tonsura, Ordens Menores, Subdiaconato, Diaconato e, em 1948, subiu os degraus di altar do Senhor, sendo ungido sacerdote do Deus altíssimo.

Logo após a sua Ordenação foi destinado como Auxiliar do Padre Prefeito do Postulantado Maior Calceatense. Com grande alegria e suma vontade de sua alma, no ano de 1948, realizaria realmente o seu ideal missionário claretiano, foi enviado à Prelazia de São José do Tocantins, terra de missão, onde trabalhou como verdadeiro missionário apostólico.

No ano de 1957, veio para a cidade de Uruaçu, que é a sede de toda a Prelazia e aí por alguns anos, foi o primeiro Administrador da Prelazia sob as orientações do Revmo. Sr. Dom Francisco Prada Carreras e lhe prestou total apoio e, por isso, sua Excia. Revma. o chamou seu “Fac Totum”. O Sr. Bispo encomendou-lhe a Paróquia de Uruaçu com todas as capelas rurais; ele, porém, se empenhou diligentemente em catequizar e ensinar os meninos, para o que ele tinha queda especial e era muito apto.

Fundou um colégio e deu-lhe o título de Colégio Claret e entregou-o às Revma. Irmãs Dominicanas da Providência para o reger, ele mesmo; no entanto, reservou para si a Direção Geral do Colégio e também escolheu lecionar a disciplina de Matemática, da qual ele era conhecido mestre admirável.

Nesta altura de sua gestão como Administrador da Prelazia, planejou e pôs mãos à obra a fim de pôr em prática o plano de edificar as suas duas grandes empresas idealizadas: o Palácio Episcopal e a Catedral, as duas construções verdadeiramente marcaram a sua passagem por Uruaçu.

Em 1962, os Superiores o destinaram à cidade de Pouso Alegre, Sul de Minas, como Superior e Pároco da paróquia do Coração de Maria, tradicional reduto dos Missionários Claretianos e aí ele permaneceu até o fim da sua preciosa vida.

Cultivou sobremaneira a música, como excelente subsídio da liturgia e do culto divino. Varão religioso e piedoso dava-se todo ao trabalho e, para não cair no ativismo, não se esquecia da oração, que é a alma de todo o apostolado. No trabalho era tenaz, constante e perspicaz ao realizá-lo. Era dotado de tal benignidade de ânimo que, sempre solícito para o bem espiritual dos fiéis, atraiu muitos para a Igreja de Deus.

No entanto, manifesto-se enfermidade grave que o abalou não só fisicamente, mas também psicologicamente. Vindo a São Paulo, após sérios exames, inclusive biopse, constatou-se a doença maligna do câncer. Daí só se teve que esperar o desenlace fatal. Voltou a Pouso Alegre, muito conformado com a vontade de Deus. Confortado com os Santos Sacramentos e tendo recebido a Unção dos Enfermos, faleceu na Paz do Senhor aos 20 dias do mês de agosto de 1985. Descanse na Paz do Senhor.

 

 

 

 

[a seguir apresentamos o Necrológio que consta do livro do Padre Teófilo Gomes Sáez, Memória dos Claretianos Falecidos. Delegação Independente do Brasil Central (1954 – 2003), páginas 84 - 87 ]

 

Pe. Eusébio Olivares Lécue, CMF

 

Nascimento: 12 de agosto de 1923

Localidade: Ceánuri Biscaia, Espanha

Pais: Sr. Marcos e Sra. Thomásia

Profissão Religiosa: 16 de julho de 1943

Ordenação: 18 de setembro de 1948

Falecimento: 20 de agosto de 1985

 

Um Missionário de Fibra

 

O homem é o que é desde o seu berço. A personalidade lhe aflora já nos alvores da infância. O que foi, sempre será no decurso dos anos. De início, frágil como a rosa, pouco a pouco, porém, se desenvolve, e cresce, e encorpa, e firma e, em breve, assume a estatura de adulto. Quando novo, se amolda, com facilidade, para o bem ou para o mal, ao sabor das influências do meio em que vive. Foi o que aconteceu ao menino Eusébio Olivares Lécue que, ao nascer no seio de uma família profundamente cristã, teve a aventura de herdar uma nobre e marcante personalidade voltada para o bem e aprimorada pela consagração, que colocou sua vida a serviço de Deus na Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria.

Nasceu nosso biografado em Ceánuri (Espanha) no dia 12 de maio de 1923.

Foram seus progenitores, o piedoso casal Sr. Marcos Lécue e Sra. Thomásia Olivares. Ainda criança, com apenas 12 anos de idade, entrou para a nossa Congregação, onde cursou o 1º e 2º graus sendo admitido, em seguida, ao Santo Noviciado.

No dia 16 de julho de 1941 fez sua Primeira Profissão Religiosa, em Salvatierra, Espanha, e a Profissão Perpétua no dia 23 de outubro de 1944, em Santo Domingo de Calzada, Espanha.

No ano subsequente, Dom Saturnino Rubio lhe conferiu as Ordens Menores do: Ostiariado, Leitorado, Exorcistado e Acolitado na Igreja de São Francisco de Santo Domingo de La Calzada, nos dias 11, 12, e 13 de maio de 1945, respectivamente.

Surgem no seu espírito os primeiros lampejos da vida missionária, precisamente quando Dom Francisco Prada, CMF, na sua visita “ad Limina” em Roma, solicitou ao Superior Geral, Rvmo. Pe. Nicolau Garcia, um sacerdote que fosse seu Secretário. O Pe. Geral lhe garantiu enviar o Sr. Eusébio Lécue, tão logo se ordenasse padre.

Mais do que depressa, Dom Francisco Prada dirigiu-se para a Espanha e aproveitou para conferir-lhe as Ordens do Subdiaconato, e Diaconato nos dias 22 e 23 de maio de 1948, respectivamente.

Nesse mesmo ano de 1948, o Diácono Sr. Eusébio Lécue, recebeu a unção sacerdotal das mãos de Dom Arturo Tavera, CMF, DD. Administrador Apostólico de Barbastro, Espanha. Após a ordenação, o neo-Sacerdote permaneceu ainda no Colégio de Santo Domingo de la Calzada, como coadjutor do Prefeito dos Estudantes.

No ano seguinte, veio destinado ao Brasil, tendo chegado ao Rio de Janeiro dia 20 de dezembro de 1949. Depois de ligeira visita ao seu conterrâneo Pe. Crescêncio Iruarrizaga, em Batatais, SP, Pe. Eusébio rumou para Goiânia, GO, onde aguardou o regresso de Roma de Dom Francisco Prada, que fora participar da Canonização de nosso Fundador, Santo Antônio Maria Claret, em 1950.

O encontro desse jovem sacerdote com o ilustre Prelado do Alto Tocantins teve algo parecido com aquele de Jônatas com David, de quem se disse ser tão profunda a sua amizade “que ele começou a amá-lo como a si mesmo”, “Anima Jonathan colligata est animae David, et dilexit eum Jonathan quasi animam suam”.

De fato, os anos floridos de sua juventude missionária, Pe. Eusébio os empregou a serviço da Diocese de Uruaçu constituindo-se o braço direito do Sr. Bispo, ou melhor, foi o seu “fac totum” como Dom Prada costumava chamá-lo.

Dotado de inteligência prática e de grande disponibilidade apostólica, Dom Francisco Prada o nomeou Administrador de toda a Prelazia e, posteriormente da Diocese, tendo realizado importantes obras como a construção da Catedral, o palácio episcopal e o Colégio Claret.

Em 22 de julho de 1963, o Pe. Pedro Schweiger, Superior Geral, o nomeou Consultor e Ministro Provincial da Província do Brasil Central, passando a residir então em Belo Horizonte, MG.

Religioso cordato, humilde. Pe. Eusébio não era homem de questionamento. Por isso, se sujeitou, sem relutância, à sua diplomática transferência, em 1966, para Pouso Alegre, MG, transferência imposta pelo Pe. Provincial, para que pudesse exercer mais livremente suas negociatas, longe dos olhares perspicazes do Ecônomo Provincial.

Quem conviveu com o Pe. Eusébio sabe que esta sua omissão se deu mais à sua timidez do que propriamente a um mórbido comodismo.

Em Pouso Alegre lecionou matemática e línguas aos seminaristas e também no Seminário Arquidiocesano e no Colégio São José.

Nesse mesmo ano de 1966 conseguiu transformar o Santuário do Imaculado Coração de Maria em Paróquia, conservando a mesma titularidade, conforme se lê na Ata de sua instalação.

Ao primeiro dia do mês de fevereiro, Dom Ângelo Neto, DD. Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre, MG, Rvmo. Pe. Faliero Bonci, DD. Superior Provincial da Província do Brasil Central, Mons. Otaviano Lamares e os sacerdotes abaixo assinados- instalou—se a nova Paróquia do Imaculado Coração de Maria, com a missa concelebrada com fervorosa participação de fiéis”.

Seguiu-se à posse do primeiro pároco com a leitura do Decreto de Ereção, carta de Provisão de Pároco, seguida da Profissão de fé e o juramento antimodernismo”.

No ano seguinte foi nomeado Superior local para o exercício de 1967- 1977.

Entre as inúmeras realizações que o Pe. Eusébio fez na Paróquia, destacam-se:

A organização das celebrações eucarísticas nas capelas;

Reforma das Capelas: São Judas Tadeu, São Benedito (Anhumas) Santa Luzia;

Criou e dirigiu o coral da Paróquia.

Sendo Superior da Comunidade efetuou a reforma total da casa e, com o intuito de atender melhor a Pastoral catequética e as outras pastorais da Paróquia, empreendeu a construção de um salão que, carinhosamente, leva o seu nome.

Homem ativo, missionário de fibra e religioso de bom espírito, lutou bravamente por onde passou, implantando a boa semente da evangelização no autêntico estilo de Claret. Vitimado “por pernicioso câncer no fígado”, partiu desta vida para a Casa do Pai no dia 20 de agosto de 1985. Ao sempre lembrado Pe. Eusébio, nossa saudade e reconhecimento.

 

 

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